Forthing S7 e a nova abordagem ao luxo chinês

Não é exagerado se o qualificarmos de generalista premium. Falamos do Forthing S7, uma berlina de luxo que o fabricante chinês quis adaptar ao mercado europeu. Chegou a Portugal pelas mãos da Auto Industrial, e visa criar um espaço de desenvolvimento da marca no “velho continente”. Será que terá sucesso? O mercado irá dizer, mas tem tudo o que um premium pode oferecer, tem uma aerodinâmica excelente, muito confortável, um preço-bomba na ordem dos 43 mil euros com tudo incluído, mas ainda lhe fala design. As próximas gerações deste modelo irão ser aprimoradas.

Vamos ver em pormenor este modelo 100% elétrico do grupo Dongfeng Liuzhou Motor. A marca em Portugal, a par do lançamento do S7, tem ainda disponível o U.Tour e o Friday, com motorizações elétricas, eletrificadas e térmicas.

É um carro grande, muito grande, quase cinco metros de comprimentos e quase dois metros de largura. Desenhado para circular em avenidas amplas, dificilmente andará pelas ruas históricas de Lisboa, mas isso não lhe retira atributos, a começar pela performance, pois consegue fazer 6,8 segundos dos 0 a0s 100 km com um motor elétrico de íman permanente e que gera o equivalente a 209 CV de potência, e um binário de 310 Nm. Não passa despercebido na estrada, e nos testes que fizemos foi possível perceber que a autonomia oficial é, efetivamente, cumprida. A autonomia vai aos 420 km em estrada nacional ou autoestrada e pode superar os 580 km em circuito de cidade com a capacidade de regeneração. No carregamento fizemos um teste com um carregador de 50 kW e correu bem, embora a marca avance que é possível usar um carregador até 120 kW, o que significa um carregamento de bateria dos 30% aos 80% em menos de 25 minutos.

Mas, talvez, o mais relevante do Forthing S7 está no excecional coeficiente de aerodinâmica, muito devido ao desenho, que não sendo bonito, em particular na traseira, fazendo lembrar o desenho de carros norte-americanos dos anos dourados do crescimento económico, é altamente eficaz nos consumos. Conseguimos em cidade ficar abaixo dos 13 kWh e em autoestrada a média foi da ordem dos 17 kWh de consumo. Este é um resultado claramente bom relativamente aos congéneres 100% elétricos. A velocidade máxima está limitada aos 170 km/h, exatamente para garantir a economia.

Visto de fora temos linhas fluídas e minimalistas, dentro de um conceito fastback. A eficiência dinâmica já referida, permite um CX de 0,191, um dos melhores do mercado. No desenho foi adotada uma dianteira fechada para reduzir turbulências, maçanetas retráteis para evitar o arrasto e rodas projetadas para melhorar a eficiência do fluxo de ar. A linha do tejadilho inclina-se a partir do pilar B e isso significa menor resistência aerodinâmica, e a estabilidade do veículo é reforçada com o spoiler traseiro integrado e que foi desenhado em formato ducktail. Os faróis foram desenhados em forma de um “7” e na traseira há faróis full LED interligados por uma faixa luminosa que percorre toda a extensão do porta-malas.

Já o interior é dominado pela tecnologia, com um ecrã de computador a orientar todas as funções, ao estilo do Tesla. Possivelmente seria interessante alguns comandos voltarem a ter botões. Os bancos da frente são ajustados eletricamente, e a pele dos acentos é vegan e com materiais sustentáveis. O teto panorâmico permite entrada do sol, com capacidade para refletir os raios e não prejudicar o interior. As tecnologias a nível de segurança são das mais avançadas.

Destacamos os sistemas de segurança ativa com travagem automática de emergência, e a deteção do ângulo morto; a par de câmaras e sensores 360 graus; e um sistema de infoentretenimento de última geração compatível com Apple CarPlay e Android Auto. O sistema de som é de elogiar e funciona com seis altifalantes.

A Forthing afirma querer “democratizar” o uso do automóvel elétrico. A empresa que nasceu no início do século, tem um conjunto de modelos para a expansão na Europa e aposta em qualidade, tecnologia e preço. Este veículo tem um preço recomendado de 43 mil euros, o que é uma vantagem relativamente à concorrência.

Por: vitor Norinha