Geração Z é o alvo do Honda ZR-V eHEV
Experimentámos o modelo Sport do Honda ZR-V híbrido, um misto de CR-V e do HR-V, mas que alguns preferem associar ao icónico Honda Civic. Enfim são muitas letras para um modelo classe C e que foi desenhado num formato SUV. O modelo que testámos tem um motor a gasolina e um motor elétrico dianteiro, com uma caixa de transmissão automática CVT. Já usámos muitas designações e comparativos, mas a Honda gosta de o fazer para definir os seus targets e, neste caso, o ZR-V e:HEV destina-se ao segmento entre os 18 e os 30 anos que desafia a velocidade, a potência e o desenho futurista. Claro que os responsáveis japoneses poderiam ter ido mais longe no desenho, já vários analistas o afirmaram, mas este é um modelo de vincos desportivos e, simultaneamente sóbrio. É um veículo que é melhor na experiência da condução do que na fotografia do folheto. Os 184 CV de potência combinada permitem um desempenho muito bom em estrada ou autoestrada e os 170 km de velocidade máxima é um limite para evitar consumos excessivos de combustível. E embora a marca fale num consumo combinado de 5,8 l/100 km, o melhor que conseguimos foi 6,1 l/100 km e dentro do modo de condução económico, sendo que o carro está parametrizado ainda para acelerar no modo sport e no modo snow para comportamentos de frio e gelo. Houve um número que nos impressionou, mas não pela melhor razão, o preço que se situa nos 49.750 euros. A justificar este valor está todo o conforto e a tecnologia.
Lembremos que este é um veículo pensado na geração Z e no início de vida em família. E, por isso, tem todas as ajudas ao condutor que se possa imaginar, desde o controlo de cruise adaptativo, a travagem automática em caso de colisão iminente, a manutenção de faixa de rodagem e os avisos constantes dos perigos em que o condutor incorre, desde a aproximação acelerada ao veículo da frente, ou a perda de mãos no volante.
Estas ajudas à condução podem tornar-se incómodas pelos avisos constantes e, por isso, é possível desativá-las, mas não é uma opção simples, é preciso saber navegar no sistema. Uma solução muito boa neste modelo e que funciona bem é a iluminação automática de máximos.
A consola central tem, felizmente, ainda alguns botões físicos, caso do aquecimento, enquanto o trabalho da caixa automática tem soluções interessantes, mas é preciso habitação para os movimentos se tornarem rotineiros. O interior tem acabamentos muito razoáveis e bom aproveitamento do espaço, com um ecrã tátil, e de onde foi necessário retirar alguma informação, dado o volume de dados sobre tudo.
E se o interior é sugestivo e intuitivo, o exterior obriga a alguma habituação. Pensamos num automóvel desportivo mais baixo e mais abaulado, mas não é verdade. Tem óticas em LED próprias de um desportivo, mas parece mais um SUV familiar. É um veículo onde a cor será critica na escolha pelo consumidor. Entre os pontos fortes está a resistência e a durabilidade dos componentes. Entre os pontos fracos está o pouco arrojo dos designers e o preço elevado, que o torna alvo de outros concorrentes com bons adjetivos.
Ficha
Honda ZR-V e:HEV Sport
Caixa de Transmissão: CVT
Potência combinada: 184 CV
Binário máximo: 315 RPM
Vel. máxima: 170 km/h
Aceração dos 0-100 km/h: 7,9 segundos
Consumo: 5,8 l/100 km
Bagageira: 390 L
PVP: 49.750 euros
Por: Vítor Norinha
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