Alta Dependência de Importações Expõe Condutores Portugueses a Fraudes em Carros Usados
Um estudo recente da empresa de dados automóveis carVertical revelou que a elevada dependência de Portugal de veículos importados exige cautela redobrada dos compradores de carros usados, devido ao risco de fraudes como a manipulação da quilometragem e danos ocultos.
De acordo com a análise da carVertical, que examinou relatórios históricos de veículos em Portugal entre setembro de 2024 e agosto de 2025 , mais de 60% (61,5%) dos carros verificados no país foram importados. Esta grande dependência aumenta a probabilidade de os condutores adquirirem um veículo com problemas não declarados.
• A pesquisa verificou que 3,8% do total de veículos inspecionados em Portugal apresentavam quilometragem adulterada.
• A probabilidade de encontrar um conta-quilómetros manipulado é ligeiramente maior em carros usados apenas em Portugal (4,1%) do que nos importados (3,6%). No entanto, os veículos importados representam riscos significativos devido à dificuldade em aceder aos seus dados históricos.
A principal vulnerabilidade reside na falta de intercâmbio de dados sobre veículos entre os diferentes países. Quando um carro é exportado, o seu registo histórico — incluindo quilometragem e acidentes — nem sempre viaja com ele, o que permite que vendedores desonestos ocultem informações.
Matas Buzelis, especialista em automóveis da carVertical, explica que a ausência de partilha de registos históricos faz com que “o histórico de um carro comece do zero assim que ele é exportado”. O especialista alerta ainda que, só o facto de um carro ser proveniente de países como a Alemanha ou França, não garante a sua boa condição.
Falta de Transparência Gera Desconfiança
Uma pesquisa adicional da carVertical, que envolveu mais de 10.000 condutores europeus, sublinha a desconfiança generalizada no mercado de usados.
• Quase metade dos compradores (46,3%) afirma não confiar nos vendedores de carros usados.
• Cerca de 75% dos condutores inquiridos manifestam preocupação com a existência de problemas ocultos nos veículos.
• Um terço dos participantes (35%) declarou ter sido enganado no passado, comprando um carro com quilometragem adulterada ou defeitos não revelados.
A maioria dos inquiridos na Europa (83,2%) acredita que os compradores devem ter acesso aos dados históricos dos veículos para aumentar a transparência e reduzir a fraude no mercado de carros usados.
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