A Alemanha, o maior mercado europeu, decidiu que a partir de 2022 todos os modelos híbridos plug-in só vão ter ajudas se percorrerem 60 km em modo eléctrico. Valor que sobe para 80 km em 2025.
Os veículos híbridos plug-in (PHEV) prometiam ser uma boa solução de transição, dos modelos com motores de combustão que tão bem nos serviram nos últimos 100 anos, para os veículos eléctricos, especialmente enquanto estes não exibiam a necessária autonomia e os diferentes mercados não asseguravam uma rede funcional de postos de recarga. Porém, porque os incentivos são interessantes (e muito similares aos fornecidos aos 100% eléctricos) e porque são muito mais rentáveis para os construtores tradicionais, os PHEV têm vindo a vender-se a ritmos superiores aos que seriam desejáveis, especialmente quando comparados com os automóveis eléctricos, evitando a desejada redução das emissões de CO2 para a atmosfera.
Os PHEV há muito que preocupam os dirigentes da União Europeia, conscientes de que este tipo de veículo é mal utilizado (há estudos que apontam que as baterias não são recarregadas regularmente, sobretudo nos modelos mais caros), recebendo incentivos dos Estados, mas sem contribuir com as vantagens no capítulo das reduções de emissões que anuncia, vantagens estas que em WLTP são também muito optimistas. Daí que se espere há algum tempo uma tomada de posição menos favorável aos PHEV, por parte de Bruxelas, com os alemães a anteciparem-se e, de alguma forma, a indicarem o caminho.
Em 2021, os clientes que adquiram PHEV na Alemanha, só têm acesso às ajudas do Estado se o modelo de sua eleição emitir até 50g de CO2/km e for capaz de percorrer pelo menos 40 km em modo eléctrico. Uma solução similar à escolhida pelo Governo português, só que o nosso país revelou por um lado maior rigidez nas medidas, impondo 50 km em modo eléctrico, mas por outro foi mais “simpático” para os fabricantes, ao não definir o ciclo em que esses 50 km seriam avaliados, abrindo a porta ao ciclo citadino, que deverá nivelar pelo sistema germânico.
A partir do início de 2022, o grau de exigência vai mudar, pelo que só há ajudas para os modelos que percorram pelo menos 60 km em modo eléctrico. E três anos depois, em 2025, a capacidade de circular alimentado apenas por bateria terá de ser mantida durante 80 km. Isto significa mais capacidade de bateria a bordo, o que acarreta mais peso e, por consequência, custos superiores. Uma forma elegante de o Governo alemão indicar o futuro aos construtores: ou abrem mão das margens mais interessantes dos PHEV e montam baterias maiores, o que os estudos indicam que levará mais condutores a recarregar a bateria com frequência, ou têm de colocar esta tecnologia de lado.
Fonte: Observador
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