Empresa da área dos componentes automóveis quer aumentar a sua exposição à mobilidade elétrica. A nova unidade industrial será responsável pela criação de cerca de 350 novos postos de trabalho.
A norte-americana BorgWarner inaugura na passada quarta-feira uma nova unidade industrial autónoma da unidade existente para produção de motores elétricos e componentes para veículos elétricos e pesados, híbridos e 100% elétricos. Este investimento, em execução até junho de 2024, envolve um montante global de 90,97 milhões de euros e será responsável pela criação de 350 novos postos de trabalho.
A BorgWarner tem sido um dos investidores estrangeiros mais ativos na região: em 2014, investiu 23 milhões de euros já no segmento dos componentes automóveis, para em 2016 proceder a novo investimento de 12 milhões, tendo finalmente aplicado nove milhões em 2018, agregando um total de 45 milhões de euros.
Quando foi conhecido, o investimento atual estava avaliado em 25 milhões de euros, mas acabou por ser ‘recondicionado’ para os 90 milhões. Na altura, o volume de negócios da empresa era de 170 milhões de euros, mas a expetativa era que esse valor duplique com a construção da terceira fábrica da empresa na região.
Em 2021, empregava cerca de 950 trabalhadores.
O Grupo BorgWarner, um dos maiores produtores mundiais de componentes para a indústria automóvel, está presente em 92 localizações de mais de 20 países, empregando cerca de 52.700 pessoas. Em 2022, apresentou um volume de vendas consolidado de mais de 15 mil milhões de euros.
A presença em Portugal alavancou sempre investigação e desenvolvimento de novas áreas, como é refletido no projeto BorgWarner New Emissions, que o grupo manteve ativo ao longo de dois anos e que de algum modo serviu de esteio ao posicionamento do grupo.
Com esse projeto já concluído, a BorgWarner pretendeu “dar um salto qualitativo disruptivo e inovador na sua atividade industrial. O objetivo fundamental do investimento proposto centrou-se na criação das condições físicas, tecnológicas e logísticas para reforçar a capacidade produtiva da BorgWarner, preparando a empresa para os desafios do futuro”.
Depois destes anos de crescimento sustentando, a empresa pretendeu “incorporar na sua estratégia de desenvolvimento industrial aspetos essenciais para capacitação e inovação da sua atividade de modo a se assumir, interna e externamente, como uma empresa de referência no fabrico de componentes para a nova geração de automóveis”.
Na altura, o grupo determinou que o reforço da capacidade e competitividade do aparelho produtivo era essencial para garantir o crescimento estruturado da atividade fabril da BorgWarner. “As tecnologias produtivas têm evoluído de forma acelerada, tornando-se essencial a adaptação tecnológica dos processos produtivos”.
Refira-se que os investimentos do grupo norte-americano na mobilidade elétrica vão claramente de encontro a uma das prioridades da economia portuguesa – que alinha atrás exatamente das novas necessidades em termos das motorizações ‘amigas’ do ambiente.
Esta opção não só situa o território nacional na geografia da mobilidade elétrica, como permite manter o foco no cluster dos componentes automóveis – uma prioridade que já tem algumas décadas e que fez instalar no norte do país e na região de Aveiro/São João da Madeira (ambos antes de Palmela) dezenas de unidades industriais fornecedoras do sector automóvel.
Texto original escrito pelo Jornal Económico
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