O fim dos carros 100% a combustão está em cima da mesa da Europa, com vista a um futuro mais sustentável e a uma redução significativa das emissões de gases poluentes. Mas a indústria automóvel e os consumidores poderão vir a enfrentar dificuldades. Os carros irão ficar mais caros e as soluções acessíveis que hoje conhecemos poderão simplesmente desaparecer. Além disso, poderá ser o fim das caixas de velocidades manuais.
Adeus aos carros baratos
As grandes empresas automóvel da Europa não param de alertar para os problemas que as regras que estão a ser escritas pelo Euro 7 poderão trazer para a indústria e para o consumidor. Atualmente, existe já um grupo de países unido formalmente contra a norma Euro 7, que prevê novos limites de emissões para 2035.
Segundo a ACEA, Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis, apenas 10% da frota total de veículos nas estradas europeias cumprirá o Euro 7. Asseguram ainda que o esforço de desenvolvimento não vale a pena pelo impacto na qualidade do ar será marginal.
Além disso, alerta-se para o facto de o panorama geral da frota das marcas vir a mudar completamente. Veículos pequenos, por exemplo, correm o risco de desaparecer. Os “clássicos” Ford Fiesta ou Volkswagen Polo poderão mesmo ter um fim à vista.
Estes carros são já os que têm a margem de lucro mais apertada. O seu público potencial pede preços baixos e eletrificá-los significa um forte aumento de custos, uma redução das receitas económicas e, em última análise, é uma estratégia que colide frontalmente com a de muitos fabricantes europeus: vender menos, mas mais caro. E aqui, a China poderá ter uma palavra a dizer no que respeita à oferta.
Relativamente às mudanças manuais, ainda há poucos dias demos a conhecer os planos da Toyota de colocar uma manete de mudanças falsa nos seus carros elétricos, para atrair os consumidores entusiastas deste elemento dos carros. E quem sabe se não será esta a única forma de no futuro haver uma manete de mudanças nos carros.
Euro 7 ditará o fim dos carros com caixas de velocidades manuais
A transição exigida poderá ditar mesmo o fim das caixas de velocidade manuais. A Volkswagen já veio referir que o seu modelo Volkswagen Golf, sob as regras do Euro 7 vai perder este elemento, sendo que há mesmo planos para que toda a frota de carros venha a prescindir de mudanças manuais. Isto para os carros desportivos mais populares poderá vir a ser um grande problema, face às expectativas dos consumidores.
No caso do atual Volkswagen Golf GTI, os alemães economizam dois gramas de CO2/km por cada veículo com caixa de velocidades automática vendido, ao invés do manual. Com metas tão exigentes, dois gramas podem fazer a diferença de receber multas enormes.
Mas, além disso, há que ter em conta que os híbridos serão uma tendência com homologação Euro 7. O atual Honda Civic Type R, por exemplo, já sabemos que é o último a ter versões de combustão pura e não deverá ser o único a seguir este caminho.
Com o carro elétrico, a caixa de velocidades automática vai continuar a ganhar terreno. É mais eficiente, menos poluente e implica menos esforço técnico dos fabricantes quando os motores elétricos e de combustão têm de trabalhar em conjunto. Atualmente, as mudanças manuais começam a ser visto como algo exclusivo pelo qual se paga (e muito) entre os desportivos mais conceituados.
Texto original escrito pelo site Pplware