O Mercedes-Benz Classe C200 que Fernando Ventura (com Paulo Cunha, cliente da Sociedade Comercial C. Santos) levou à 21ª edição do Maroc Challenge, que decorreu de 22 a 30 de março, passou com distinção o teste, de acordo com o piloto amador, que é vendedor da Sociedade Comercial C. Santos. “O automóvel esteve à altura e confiávamos que assim seria. Aquilo é um ‘relógio’. Tivemos algumas situações mecânicas, mas foi de material que partiu e não do carro não aguentar. O carro fez quase 7000 km em 10 dias e o nível do óleo não desceu, o sistema de refrigeração funcionou na perfeição, tudo impecável, numa viatura que tem quase tanto tempo de idade como eu de ligação profissional à Sociedade Comercial C. Santos”, explica Fernando Ventura, que integrou a equipa Penafiel Racing Fest, que levou um total de nove equipas com pilotos oriundos de vários pontos de Portugal.
Uma das mazelas foi o pára-choques da frente, que ficou logo na primeira etapa, entre Errachidia e Zagora, de onde saiu a primeira etapa. “Ia uma outra viatura à nossa frente que ficou ‘atascada’ num sítio com pouco visibilidade e nós, para não batermos nesse carro, fomos contra uma duna e o pára-choques caiu. Ainda tentámos colocá-lo ao sítio, mas já estava partido em vários pontos e não dava para segurar. Ficou por lá e fizemos o resto da prova sem o pára-choques”, conta o piloto.
Desafio físico, mental… e ganho de experiência
A prova foi um grande desafio físico para a equipa. “Já estávamos avisados para o rigor, mas não tínhamos noção de que seria tão duro como foi”. No entanto, no plano mental que reside “o maior desafio numa prova como o Maroc Challenge”.
O plano desportivo não era o mais importante e a equipa conseguiu o mais importante, que foi levar o Mercedes-Benz Classe C de 1995 até ao fim da prova, embora com cronometragem oficiosamente, por uma questão de experiência da dupla. “Na segunda etapa (Zagora-Tata) tivemos alguns problemas mecânicos, não uma avaria, mas uma peça no eixo traseiro que quebrou, devido ao trajeto, e acabámos por não iniciar a terceira etapa ao cronómetro, o que nos impediu de continuar a contar para a classificação geral. Foi um erro de principiante da nossa parte, porque poderíamos ter entrado na prova e sair depois para efetuar a reparação e reintegrar a prova. Foi a inexperiência do nosso lado. No entanto, continuamos a acompanhar o pelotão e a fazer as etapas, cronometradas oficiosamente”, refere Fernando Ventura.
Não obstante, o desempenho desportivo destes rookies acabou por ser positivo. “Integrámos a categoria C2, que tinha 21 viaturas, e ficaríamos no top-10 à geral”.
Feitas as “contas”, a participação no Maroc Challenge é, de acordo com o piloto, “uma história que fica para contar aos netos” e fica aberta a porta a um regresso de homem e máquina ao deserto marroquino. “Se me fizessem essa pergunta passados um ou dias de regressar, responderia que não. Mas, com o passar do tempo, confesso que já começo a pensar no cenário de ir a uma próxima edição, para tentar fazer melhor, tanto na preparação da viatura, como do nosso desempenho ao volante, porque houve decisões de inexperiência que nos permitiriam ter terminado a prova com melhor desempenho. Gostaria, também, de deixar uma palavra de apreço ao Penafiel Racing Fest por todo o apoio e camaradagem ao longo da prova”.
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